THE TRAIN THE TRAINER EXPERIENCE

Hello, everyone! Long time no see, right?

So, 2021 has barely started and here I am, after a long hiatus and fewer resolutions later, getting back to writing and sharing my thoughts and experience with the world.

The year could not have started better. I willingly did the Train The Trainer Course and spoiler alert… it opened up a whole new world of limitless possibilities and novel ideas for CPD. Before I delve into my experience, promptly let me break down to you some of the course aims and the entry requirements,

COURSE AIMS:

To help course participants

design and deliver their own training sessions;

Observe and give feedback to other teachers;

Understand how to develop further as a trainer.

ENTRY REQUIREMENTS

Be 21 years old;

Language Proficiency starting at B2 or higher;

Teaching qualification.

When I first enrolled in the course, I did not know what to expect. Since I have recently been promoted to local Senior teacher in my school, I saw it as an excellent opportunity to gain some foundational knowledge about the key elements, and theories of teacher training as well as network with top-notch Brazilian ELT practitioners to find out about good practices back in my homeland that could be promptly implemented in mother Russia. I sincerely believe I was right!

Due to the whole Covid mayhem across the world, the course was entirely delivered online over the winter Holidays. There were pre-session tasks to be completed prior to the live Zoom session as well as post-session readings and class assignments to help the course participants critically reflect on the course content. Since the course ordinarily comes “pre-packaged” from Cambridge, it is up to the tutor to personalize its content to the CPs’ context and add some personal touches to make it more enthralling and appeal to the target audience. Our course tutor, who is based in Thailand at this very moment, naturally did a tremendous job. Not only did he facilitate the course content as gracefully as he always does (he was my Celta and ICELT tutor back in Brazil.), but he was able to give us a lot of valuable insights into the world of teacher training by sharing his personal experience with all of us.

I cannot go on without paying tribute to my online colleagues as well. The best part of actively attending CPD courses and training sessions is the (sometimes) million-to-one chance to interact and establish a liaison with such a diverse group of experienced teachers from various corners of Brazil and the world. They have divinely inspired me to wisely keep up being an agent of fundamental change in Russia and gave me the necessary ammunition to keep on fighting the good fight. Their stories of success and failure have undoubtedly inspired me to be a better teacher, to seek CPD, and most importantly, to spark the trigger of learning in my student and trainees-to-be. To all my fellow Brazilian ELT professions: A HEARTFELT THANKS! You have all inspired me to keep the ball rolling, no matter how cold it is – quite literally- and what problems might crop up along the way,

KEY TAKEAWAYS

Am I allowed to popularly call myself “a certified teacher trainer from Cambridge”? Perhaps, but I do not think I am being honest to myself and other teacher trainers. I will properly explain: I have just ventured out into this unknown land. I have earnestly started seeking the necessary qualifications to finally explore what was once rocket science to me. Some teachers might say that I am being (again) too hard on myself. Perhaps I am. However, I genuinely want to make sure I am well-suited, and qualified to perform a job that is so dear to a whole bunch of trainers out there. I will digress again… when you visit the webpage for the course, it is stated that “course participants will be able to train teachers on the Celt-p/Celt-s. How is that possible? What about language proficiency? Knowledge of methods and approaches? Experience? I for one do not think that a B2-level trainer can successfully train teachers on these Cambridge Courses given their high standards. On the other hand, I do understand this is the reality of most teachers in Brazil and Russia, and to make matters worse, some of them do not even reach the A2+ level in the CEFR. I profusely apologize for digressing, but I feel it was needed.

I shall say, though, that I have learned a lot. The course experience was worth every single penny I invested. Theory of group formation? WOW! Andragogy? I didn’t even know it was a real name (LOL). The list of key topics is extensive; perhaps not for this post. So, without beating around the bush, here is my ultimate verdict: If you are a newbie trainer, then brace yourself for countless tons of learning opportunities and mutual exchanges in the classroom that will undoubtedly take place. If you are an autonomous or lead trainer, I am certain there will be lots of learning affordances; be it interacting with inexperienced trainees or while invariably doing some reading or critically reflecting on your own context. The bottom line is… you will not leave the training course empty-handed, for there will infallibly be eye-opening takeaways that might come in handy in the near future.

 

By: Danilo Ribeiro ELT

Danilo has been teaching English for 10 years. He holds a BA in translation and interpreting, the Cambridge CELTA, Delta modules 1 and 3, the C2 Proficiency, IH CAM, and the Train the Trainer certificate. He has been teaching English in Russia for four years. He can be found on @daniloribeiroelt.

Ciências Cognitivas e o Ensino de Idiomas: uma Combinação com Potencial

Imaginem por um instante uma criança nascida na Europa na Idade Média. Se tivesse nascido numa família nobre (ou tivesse tido a sorte de ser da família real), essa criança teria sido educada por tutores exclusivos, conhecedores das artes, linguagens e ciências. Seu tutor provavelmente teria sido um homem ligado à igreja e suas aulas teriam sido fundamentadas em alfabetização, numeracia, ensino religioso, obediencia e clássicos da literatura, muitos escritos em grego e latim. Suas aulas dessas línguas clássicas teriam sido baseadas na leitura e tradução de poemas, cânticos e epopeias, por meio de exaustivas repetições combinadas com punições físicas. 

Até algumas décadas atrás, é possível  dizer que nada muito significativo mudou no ensino de idiomas. De maneira generalizada, a repetição exaustiva, a leitura e tradução de construções em um livro didático, a prática oral relevante reduzida à automatização de estruturas e até a punição física dos pupilos continuaram a existir. Mesmo na primeira metade do século XX, pode-se constatar a existência de métodos de ensino fortemente influenciados pela corrente da psicologia behaviorista, ou seja, aulas embasadas no condicionamento por meio de estímulos externos, com muita repetição e reforço. 

Por que as coisas ficaram primordialmente semelhantes durante séculos? A explicação pode estar no fato de a sociedade não entender muito bem o processo de ensino-aprendizagem. Os educadores da época não tinham noções fundamentais do funcionamento da mente e do cérebro e simplesmente replicaram métodos que foram impostos a eles. Com a revolução das ciências da cognição, psicologia e neurociência, a comunidade científica passou a questionar como uma criança aprende. De Piaget à Montessori, de Binet a Vygotsky, de Skinner a Chomsky, de Maslow a Krashen, até autores mais contemporâneos como Bandura, Dweck, Tokuhama-Espinosa e Howard-Jones, uma riqueza de descobertas sobre como aprendemos chegou à literatura especializada.

 Na últimas décadas, especificamente com o surgimento de tecnologias de neuroimagem e a elaboração de experimentos sociais, sabemos, por exemplo, que a repetição de informações recém “aprendidas” é vital para a consolidação da memória de longo prazo. No entanto, a repetição exaustiva sem critério não funciona muito bem. O que funciona melhor é a repetição espaçada. Também sabemos que o estado de intimidação causado pelo medo da punição física impede os estudantes de acessarem regiões importantes para a aprendizagem, como o córtex pré-frontal, no lobo frontal do cérebro, onde encontramos os sistemas de atenção e memória de trabalho, além da capacidade de cognição de alta ordem. 

As crianças de hoje em dia têm uma vantagem gigantesca em relação ao pupilo da Idade Média. Elas podem usufruir das contribuições do que conhecemos como a Ciência do Aprendizado, um termo amplo que diz respeito às áreas que estudam a cognição, a emoção e o comportamento humanos. Uma jovem área com um potencial enorme é a ciência da Mente, Cérebro e Educação (Mind, Brain, and Education). Sua base transdisciplinar coloca no mesmo patamar a psicologia, a neurociência e a educação.

O que toda essa revolução científica pode significar para o ensino de idiomas? Cada vez mais aprendemos sobre os processos de aquisição e aprendizado de línguas adicionais. Temos uma literatura ampla sobre os efeitos do bilinguismo no cérebro. Sabemos como diversos sistemas de memória funcionam. Entendemos melhor a fisiologia do cérebro e os mecanismos de comunicação neural por meio de descargas elétricas e liberação de neurotransmissores. Compreendemos mais e mais como o engajamento e a motivação se dão no nível do indivíduo e em grupos sociais. Temos um corpo de evidências riquíssimo que já fez e continua fazendo a diferença.

Essas novas descobertas trouxeram para o centro do processo de ensino-aprendizagem o aluno, as pedagogias construtivistas, as metodologias ativas, as estratégias metacognitivas, os programas bilíngues, a aprendizagem baseada em projetos e a promoção do bem-estar e das competências socioemocionais. E, apesar de tudo isso já ser discutido há um bom tempo, ainda estamos longe do ideal e muitas escolas continuam seguindo a cartilha conteudista, da repetição exaustiva e do medo.

Agora imaginem por um segundo uma criança nascida no século XXI. Ela tem acesso à educação de qualidade com professores treinados que respeitam suas emoções e ajudam a gerenciá-las. A criança é uma nativa digital que usa ferramentas físicas e digitais para construir projetos para melhorar o seu entorno enquanto aprende conteúdos relevantes e aplicáveis em sua vida cotidiana. Elas estão imersas num ambiente multilíngue onde podem trocar experiências com pessoas de realidades diferentes. Seus professores promovem um senso de pertencimento e incentivam o uso da criatividade para a resolução de problemas. E, por final, os gestores da escola e os professores baseiam suas práticas em evidência científica proveniente das ciências cognitivas. 

Conseguiram imaginar? Pois é, esse é o meu sonho. Eu gostaria de ver isso na realidade de cada estudante porque tudo o que eu vivi nos últimos anos me trouxe até aqui. E onde eu estou agora é um lugar de privilégio com um sentimento enorme de vontade de contribuir. Porque eu sei o tamanho do potencial de se aliar o que a Ciência do Aprendizado já produziu e vem produzindo ao ensino de modo geral e, sobretudo, ao ensino de idiomas. Por isso eu recomendo que todos nós do ecossistema escolar mergulhemos de cabeça na lagoa de conhecimento da psicologia, da neurociência e da educação. Eu acredito que esse mergulho vai nos ajudar a transformar a educação.

Não se esqueçam de checar o meu blog com reflexões sobre essas ciências e a educação e o meu perfil no Instagram, o qual uso para fazer lives e entrevistas com temáticas relacionadas.

 

Por: André Hedlund

André Hedlund is a Chevening Alumnus, MSc in Psychology of Education from the University of Bristol, and an Edify bilingual Program Mentor for SPOT Educação. He is also a representative of BRAZ-TESOL’s Mind, Brain, and Education Special Interest Group (MBE SIG) and a guest teacher in postgraduate courses on Multilingualism, Global Education, Cognition, and Neuroscience.

Qual é o limite?

Qual é o limite?

No momento em que escrevo este artigo estou há 6 anos trabalhando online com conteúdos e cursos para professores e conto com milhares de vendas de cursos online específicos para professores.

Nesse meio de caminho já vi, vivi e refleti sobre coisas suficientes para ter um mínimo de opinião sobre os diferentes limites que vemos profissionais da educação se colocando. 

Uns tanto, outros quase nada.

Antes de mais nada preciso dizer que sou profundamente comprometido e cuidadoso para ser ético em todas as minhas ações, tomando muito cuidado para escrever, produzir e prometer coisas que eu possa efetivamente cumprir.

De um lado vejo a grande maioria dos professores com um medo quase mortal de se anunciar, falar bem de si mesmos, mostrar para o que vieram e como são bons naquilo que fazem.

Vejo professores que acham que são os clientes e empregadores que têm que vir à procura deles, enquanto eles mesmos estão escondidos atrás de um escritório, sala de aula particular ou de uma modesta página de LinkedIn.

Vejo professores com anos de experiência que têm medo de pegar um aluno particular com objetivo bem comum de inglês geral (nada específico, porque aí sim exigiria preparação também específica e estaríamos tendo outra conversa) porque pode ser que… Que… Por quê, mesmo? Não sei, mas sei lá. Vai que… 

Vejo profissionais de altíssimo nível com medo de colocar seus nomes nas próprias produções.

Outro dia me deparei com uma excelente profissional que havia desenhado, produzido e ensinado (como professora única) um curso online inteiro me dizer que iria colocar aquela produção no LinkedIn dela com o título do cargo sendo “Online Instructor”.

Conversamos um pouco e acredito que ela tenha cadastrado o cargo como “Tutor and Course Designer”, o que remete muito melhor à função que ela desempenhou.

Vejo professores que têm medo de prometer. E parte da venda está justamente na promessa.

Não vejo absolutamente nada de errado em criar um curso que vai ensinar ao aluno todo o conteúdo e estratégias para ser aprovado no FCE e nomeá-lo “Como passar no FCE” ou ainda usar um slogan “Seja aprovado no FCE ainda este ano” (desde que o prazo tenha sido realisticamente comprovado, é claro).

Você está prometendo entregar a melhor forma para levar o aluno do ponto em que está até a aprovação e é isso que todos os professores de preparatórios fazem nas aulas. 

Eu já vejo problema, como já vi algumas vezes, se o slogan do curso fosse “Tire seu certificado FCE aqui”. Isso porque você não entrega certificado, você entrega o conhecimento para que o aluno consiga o certificado por conta própria no centro aplicador autorizado.

De forma oposta a médicos cirurgiões, em que eles que performam toda a ação da cirurgia, professores fazem todo o trabalho pré-evento. Nós somos responsáveis pela preparação, mas a execução fica por conta dos nossos alunos.

Professores, assim como técnicos de esportes, ensinam o máximo que podem e preparam a equipe com as melhores estratégias possíveis, mas quando é pra valer e o árbitro apita o início do jogo, a responsabilidade de performar bem é toda dos alunos, não mais dos professores.

Vejo problema também em oferecer milagres ou mentiras, como os conhecidos “Aprenda inglês dormindo” ou “Aprenda inglês em 60 dias”, mas não me parece problemático um professor particular dizer que criou um método de ensino, uma vez que um método é uma forma/fórmula específica de se conduzir determinada sequência de trabalho e a partir do momento que eu misturo elementos diferentes a essa fórmula ela passa a poder ser chamada de minha.

É claro que ela veio de alguma das abordagens já estudadas, descritas e documentadas por vários autores ao longo das décadas, mas aquelas coisinhas a mais que eu incrementei ali, apesar de derivado de uma abordagem X, constitui um novo método, que pode ser chamado de meu.

Eu particularmente me incomodava quando via promessas usando palavras excessivamente contundentes do tipo “Aprenda inglês definitivamente comigo”, mas comecei a refletir mais a fundo e cheguei à conclusão de que se o aluno estudar bastante e seguir as orientações do professor, ele muito provavelmente aprenderá inglês. E, se aprendeu, não vai precisar fazer outro curso de mesmo nível em outro lugar. Sendo assim, ele realmente terá aprendido de uma vez por todas, ou de forma sinônima, definitivamente.

Muitas vezes temos medo de usar palavras com tons extremos como “definitivamente” e “absolutamente” porque temos a impressão de estarmos garantindo o resultado do aluno, ao passo que sabemos que o nosso papel como professores é facilitar ao máximo o aprendizado, mas quem efetivamente estuda e aprende é o próprio aluno.

Dessa forma, parece errado garantir algo que depende de uma ação do cliente. 

E com isso eu concordo!

Mas você não está garantindo o resultado do aluno, até porque isso é impossível. 

Você está garantindo o nível da entrega do seu trabalho. 

Essa promessa tem a ver com a sua segurança e certeza como profissional de ser capaz de oferecer um trabalho de alto nível aos seus alunos.

E isso você pode – e deve – fazer.

Afinal de contas, qual é o limite?

 

Por: Vinicius Diamantino